quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mapa conceitual 2

Mapa Conceitual 1

Projeto desenvolvido por um grupo de professores da E.E.B. Dom Orlando Dotti, inicialmente em 2008 e como o resultado foi bastante positivo, a atividade aconteceu no ano seguinte e consequentemente nos próximos anos.

1 – Identificação do Local:
Nome da Escola: ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DOM ORLANDO DOTTI
Série: Ensino Fundamental e Médio
Turma: 3ª do EF ao 3º do EM
Nº. de alunos: 800
Nº. de professores: 08
Área do Conhecimento: Humanas

2 – Título do Projeto:
“E a vida se fez poesia...”

3 – Características do Projeto (Interdisciplinares Disciplinas / conteúdos envolvidos):
O projeto tem por finalidade despertar o interesse pela arte de escrever com entusiasmo, inspiração, despertando sentimentos belos e alegria de viver.
Disciplinas envolvidas no projeto: Português, Artes, História, Filosofia, Ensino Religioso.

4 – Descrição Geral
Pensar em poesia significa pensar na arte de comunicar a emoção humana. “A poesia é a expressão natural dos mais violentos modos de emoção pessoal” (J. Middleton Murry). A poesia é o “extravasar espontâneo de poderosos sentimentos”, (William Wordsworth).
O projeto iniciou com leituras de poemas, estudo sobre biografias de poetas, análises de textos e resultou em produções literárias.
Os temas propostos foram os mais variados, cada professor trabalhando na sua área de conhecimento, envolvendo o assunto estudado, como por exemplo: valores, família, datas comemorativas, entre outros.
Alguns trabalhos foram selecionados pelo grupo de professores envolvidos no projeto, os quais foram publicados no livro “Palavras Encantadas, Talentos Revelados”. O lançamento do livro aconteceu na Câmara Municipal, com a presença do escritor Julio de Queirós, juntamente com declamações de poesias e a Feira do Livro.





5 – Tecnologias utilizadas (quais e como)
Leitura de Textos
Pesquisas virtuais (Laboratório de Informática da Escola)
Câmera digital, computador, data show, instrumentos musicais, livros, jornais...

6 – Comentários / Considerações / Observações
O projeto foi um sucesso, pois foi planejado com todo carinho e atenção. Os professores trabalharam de forma interdisciplinar, envolvendo não só os alunos, mas toda a comunidade escolar. Sendo assim, ele continua sendo desenvolvido e a cada ano que passa traz novas emoções e resultados surpreendentes.
Análise do Projeto PITEC (Projeto Integrado de Tecnologia no Currículo) na ação

TÍTULO : O LUGAR ONDE EU VIVO
Professora: Silvana Gomes
Escola Dom Orlando Dotti
Disciplina: Língua Portuguesa
Turma: 7ª
Duração prevista para o projeto: 3 meses

1. Tema
Os alunos estão fazendo entrevistas, coletando dados, informações, sobre a cidade, o bairro, onde moram. Registrando através de fotos os objetos antigos, os moradores mais antigos, os fundadores da cidade, os meios de comunicação e transporte, os fatos marcantes como enchentes, neve, guerra...
2. Disciplinas
As tecnologias estão sendo usadas para registrar as pesquisas e um blog já foi criado pela turma para exposição dos trabalhos, na disciplina de Língua Portuguesa.
3-Objetivos
Com o tema "O lugar onde vivo", o projeto pretende
• valorizar a interação dos educandos
com o meio em que vivem;
• desenvolver textos;
• resgatar a história, aprofundando o conhecimento sobre sua realidade .

O projeto é uma oportunidade para o aperfeiçoamento do professor e uma ocasião especial para os alunos
desenvolverem práticas de leitura e escrita.
Para o aluno: contribui com o exercício de sua cidadania!
Para o professor: contribui com o desenvolvimento de práticas pedagógicas de melhor qualidade!
Para a comunidade: aproxima a escola da população local e possibilita o reconhecimento de seus saberes!
4-Ações
Dentre as ações realizadas, a criação do blog foi muito importante, pois há alunos que têm dificuldades em expor seus trabalhos oralmente em sala de aula, então eles o fazem diretamente no blog. Porém, há alunos que não possuem acesso a internet em casa e como a escola está passando por uma grande reforma, estamos sem laboratório de informática. Esse é um problema que enfrentamos e que ainda não foi solucionado.
5-Atitudes
Os alunos estão muito felizes em realizar este trabalho. Percebe-se que muitos passaram a valorizar mais o lugar onde vivem por conhecê-lo melhor. E há ainda as histórias contadas pelos familiares que estão deixando-os fascinados.
6-Resultados
Os resultados estão sendo melhores do que os esperados, pois há uma dedicação total dos alunos. Esperamos que as produções textuais, na fase final do projeto, também superem as expectativas.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS E TECNOLOGIAS


INTERDISCIPLINARIDADE _ REFLETINDO SOBRE ALGUMAS QUESTÕES

Somente quando ressurgiu a ideia de projetos na escola (década de 90) que se começou a discutir a interdisciplinaridade no âmbito da prática escolar. De fato, a metodologia de projeto potencializa a integração de diferentes áreas de conhecimento, assim como a integração de várias mídias e recursos, os quais permitem ao aluno expressar seu pensamento por meio de diferentes linguagens e formas de representação. Por essa razão, a pedagogia de projetos evidenciou seu caráter potencializador de práticas interdisciplinares.
Na interdisciplinaridade existe um tipo de interação entre as disciplinas ou áreas de conhecimento, pode ocorrer em diferentes níveis de complexidade e, para distinguir esses níveis, foram criados os termos: multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
A multidisciplinaridade se caracteriza por uma ação simultânea envolvendo diferentes
disciplinas em torno de um tema comum.
Pluridisciplinaridade: Há uma relação entre os domínios disciplinares indicando a existência de alguma cooperação entre eles.
Na interdisciplinaridade há cooperação e diálogo entre os conhecimentos disciplinares.
A transdisciplinaridade não significa apenas que as disciplinas colaboram entre si, mas
significa também que existe um pensamento organizador que ultrapassa as próprias disciplinas e a interdisciplinaridade.
Na trandisciplinaridade ocorre uma espécie de integração de vários sistemas interdisciplinares num contexto mais amplo, gerando uma interpretação holística dos fatos e dos fenômenos.


COMO SE TRABALHA COM PROJETOS

De acordo com a professora Maria Elizabeth Almeida “Projeto é um design, um esboço de algo que desejo atingir. Está sempre comprometido com ações, mas é algo aberto e flexível ao novo.
O projeto está sempre comprometido com ações, mas é algo aberto e flexível ao novo. A todo momento você pode rever a descrição inicialmente prevista para poder levar avante sua execução e reformulá-la de acordo com as necessidades e interesses dos sujeitos envolvidos, bem como da realidade enfrentada.
O professor precisa ter clareza de sua intencionalidade e também do que o
aluno está se propondo a desenvolver.
Quando se trabalha com projetos, usando o computador para representar o conhecimento em construção, tem-se um novo potencial devido à possibilidade de poder registrar e acompanhar todo o processo de desenvolvimento.
Trabalhar com projetos tem sentido porque parte das questões de investigação.
O aluno vai desenvolver estudos, pesquisar em diferentes fontes, buscar, selecionar
e articular informações com conhecimentos que já possui para compreender melhor essas questões, tentar resolvê-las ou chegar a novas questões.
O projeto implica em romper com o tempo e o espaço da sala de aula. A tecnologia
permite a expansão da sala de aula para além do tempo limitado da presença física e
torna essa ideia de tempo do encontro presencial como um momento significativo, mas não único.
É importante permitir que o aluno represente o seu conhecimento,de modo que ele possa identificar o que sabe e o que precisa buscar para aprofundar esse conhecimento. Do mesmo modo, o professor pode identificar as dificuldades e descobertas do aluno e intervir em seu processo para provocar o desenvolvimento. Aí reside a maior potencialidade do uso do computador em educação.”


ENSINAR E APRENDER COM O COMPUTADOR:
A ARTICULAÇÃO INTER-TRANS-DISCIPLINAR

Maria Elizabeth Almeida


As novas tecnologias de informação e comunicação são usadas para expandir o
acesso à informação atualizada e, principalmente, para promover a criação de ambientes de aprendizagem que privilegiam a construção do conhecimento, a comunicação e a inter-relação entre disciplinas.
A atuação do professor nesse novo ambiente de aprendizagem ocorre no sentido de
promover a interação e articulação entre conhecimentos de distintas áreas, conexões estas que se estabelecem a partir dos conhecimentos que os alunos trazem de sua realidade, bem como de suas expectativas, necessidades e desejos.
Essa prática pedagógica é uma forma de conceber educação que envolve o aluno, o
professor, os recursos disponíveis, inclusive as novas tecnologias, a escola e seu entorno e todas as interações que se estabelecem nesse ambiente, denominado ambiente de aprendizagem.
Não há uma regra para o desenvolvimento de projetos e nem um modelo ideal.


PROJETO: UMA NOVA CULTURA DE APRENDIZAGEM

Maria Elizabeth Almeida

A prática pedagógica por meio do desenvolvimento de projetos é uma forma de conceber educação que envolve o aluno, o professor, os recursos disponíveis, inclusive as novas tecnologias, e todas as interações que se estabelecem nesse ambiente, denominado ambiente de aprendizagem.
A aprendizagem por projetos ocorre por meio da interação e articulação entre conhecimentos de distintas áreas, conexões estas que se estabelecem a partir dos conhecimentos cotidianos dos alunos, cujas expectativas, desejos e interesses são mobilizados na construção de conhecimentos científicos.
Trabalhar com projetos significa lidar com ambiguidades, soluções provisórias, variáveis e conteúdos não identificáveis a priori e emergentes no processo.
O professor é o consultor, articulador, mediador, orientador, especialista e facilitador
do processo em desenvolvimento pelo aluno.
Para transformar o sistema educacional é preciso que essa reciprocidade extrapole
os limites da sala de aula e envolva todos que constituem a comunidade escolar:
dirigentes, funcionários administrativos, pais, alunos, professores e a comunidade na qual a escola encontra-se inserida.

REPENSAR AS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM:
O FAZER E O COMPREENDER

José Armando Valente

Os processos de ensino-aprendizagem ainda são muito baseados na ideia de que o
aluno demonstra que aprendeu se ele é capaz de aplicar com sucesso as informações
adquiridas. Porém, o fato de ele ser bem-sucedido não significa necessariamente que ele tenha compreendido o que fez.
Piaget mostrou que a passagem do sucesso prematuro para a conceitualização é
realizada em três fases: na primeira, a criança negligencia todos os elementos envolvidos na tarefa; na segunda, coordena alguns elementos, e na terceira, coordena todos os elementos envolvidos na tarefa.
O desenvolvimento de projetos educacionais como estratégia pedagógica tem sido uma tentativa de tornar a aprendizagem contextualizada no interesse do aluno e relacionada com as situações familiares ao aprendiz.
O educador deve estar preparado e saber intervir no processo de aprendizagem do
aluno, para que ele seja capaz de transformar as informações (transmitidas e/ou pesquisadas) em conhecimento, por meio de situações-problema, projetos e/ou outras atividades que envolvam ações reflexivas. O importante é que haja um movimento entre estas duas abordagens pedagógicas de forma articulada, propiciando ao aluno vivenciar o fazer e o compreender e, consequentemente, a (re)construção do conhecimento.
Trabalhar com projetos pode constituir-se em um contexto favorável, porém cabe ao professor a tarefa de saber explorar pedagogicamente as potencialidades que o desenvolvimento do projeto propicia e entender que levar a cabo um projeto não significa necessariamente que o aluno construiu conhecimento.
Para tanto, este professor precisa estar preparado para recriar sua prática, articulando
diferentes interesses e necessidades dos alunos, o contexto, a realidade e a sua intencionalidade pedagógica. Como educador, ele deve estar consciente da direção que as atividades educacionais devem assumir e que objetivos devem ser atingidos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

CONCEITO DE PROJETO
Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto ou serviço único. Desta forma, um projeto tem início e fim definidos e resulta em um produto ou serviço de alguma forma diferente de todos os outros anteriormente produzidos.

Seu resultado pode ser:

* Um produto ou objeto produzido, quantificável e que pode ser um item final ou um item componente
* Uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios que dão suporte à produção ou à distribuição
* Um resultado, como resultados finais ou documentos. Por exemplo, um projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser usado para determinar se uma tendência está presente ou não ou se um novo processo irá beneficiar a sociedade.

A singularidade é uma característica importante das entregas do projeto.

Abordagem tradicional

* Iniciação de projeto
* Planejamento de projeto
* Produção de projeto
* Monitoramento de projeto
* Fechamento (conclusão) de projeto
CURRÍCULO


*Que currículo é este que se desenvolve em projetos com o uso de tecnologias?
O que compreendemos por currículo?

"Currículo é o conjunto de objetivos de aprendizagem selecionados que devem dar lugar à criação de experiências apropriadas que tenham efeitos cumulativos avaliáveis, de modo que se possa manter o sistema numa revisão constante, para que nele se operem as oportunas reacomodações" (Sacristán, 2000:46)
Um currículo escolar é um percurso educacional, um conjunto contínuo de situações de aprendizagem às quais um indivíduo vê-se exposto ao longo de um dado período, no contexto de uma instituição de educação formal. (...)
O currículo, escreve por seu lado P. W. Misgrave (1972), constitui na verdade 'um dos meios essenciais pelos quais se acham estabelecidos os traços dominantes do sistema cultural de uma sociedade', no mínimo pelo papel que ele desempenha na gestão do estoque de conhecimentos de que dispõe a sociedade, sua conservação, sua transmissão, sua distribuição, sua legitimação, sua avaliação" (Forquin, 1993:22) .
Esse currículo que se desenvolve em projetos com o uso de tecnologias é utilizar-se da mídia, na qual o aluno está inserido, fazendo dela uma aliada no processo educacional.


EXPERIÊNCIA COM PROJETOS – VÍDEO DA ALDEIA INDÍGENA

*A produção desse vídeo pode ser caracterizada como um projeto que articula currículo, tecnologia e cultura?
Quais evidências vocês identificam a esse respeito?
Que conhecimentos, atitudes, valores e procedimentos configuram essa produção?
O que é currículo?

O currículo se desenvolve desde a concepção do projeto e roteiro, quando foi necessário repensar sobre a cultura e vida dos indígenas.
Em seguida, o currículo se expande e integra o processo de reconstrução e registro da história, contexto e cultura do povo indígena com o uso de instrumentos culturais produzidos pela sociedade globalizada. Esses instrumentos também fazem parte do currículo e estruturam os modos de representação e atribuição de significados dos conteúdos registrados.
Para chegar à produção do vídeo, foi concebido um projeto e especificado um roteiro, porém, ao comparar o resultado alcançado com a proposta inicial, percebe-se que durante a trajetória da produção ocorreu um processo de transformação.
O uso de tecnologias para produzir o vídeo e, simultaneamente, registrar o processo desenvolvido ao longo do projeto permite identificar quais conhecimentos mobilizados na ação foram previstos e quais conhecimentos emergiram no andamento da ação sem que fossem previstos a priori.
Assim, as tecnologias ajudam a registrar processos e produtos envolvidos em um projeto e explicitam os conhecimentos trabalhados.
O currículo é um documento que organiza um plano de trabalho educativo com os conteúdos, métodos, estratégias e tempos para as atividades de disciplinas ou áreas de conhecimento.

CURRÍCULO HOJE

*Qual currículo é praticado hoje?

Atualmente trabalha-se muito com o currículo vivido, aquele que é baseado no cotidiano, na realidade escolar, sem fugir dos temas propostos obviamente, mas trabalhar esses temas de forma que o aluno seja atuante no processo, que construa, que descubra novos caminhos. Professor e alunos são parceiros no processo educacional, trabalhando no sentido de construção do conhecimento.

INDAGAÇÕES SOBRE O CURRÍCULO

*Como podemos enfrentar os desafios que levem à concretização do projeto de escola democrática?
* Que respostas nos permitem ir além da visão de currículo como conteúdos prontos a serem passados aos alunos?
*Como podemos trabalhar com a flexibilização da organização curricular tornando-a adequada para a trajetória de uma sociedade complexa e em contínuo processo de mudança?

Na escola democratizada o currículo deve ser flexível e contextualizado na realidade local e regional dos alunos, norteado por um projeto pedagógico que articula os interesses, necessidades e demandas dessa realidade com as diretrizes escolares. Para tanto, há que criar situações educativas que promovam o pensamento científico e o desenvolvimento de valores da vida democrática.
Por meio de projetos de trabalho os alunos participam de um processo de criação com a intenção de buscar solução para suas questões, mas não interessa apenas localizar as respostas e sim compreender seu significado.
Para enfrentar os desafios é preciso trabalhar com a flexibilidade, mas esse é um processo mais árduo. Para trabalhar com essa flexibilidade, o professor precisa planejar com muito cuidado e cautela, pois nem sempre a maneira como foi pensado, o trabalho será realizado. Ele precisar estar preparado para eventuais mudanças; é necessário pensar que poderá mudar a trajetória do projeto.
Reconheço que é um trabalho árduo, mas o professor com sua maestria, consegue, mesmo que não tão rápido quanto as mudanças tecnológicas, adequar seu currículo à sociedade e isso é relativo à cada comunidade escolar. Não há apenas uma forma; cada projeto terá que estar de acordo com a realidade de seus alunos.

CURRÍCULO E TECNOLOGIAS

*Quais as contribuições das TIC ao desenvolvimento de projetos?

O uso das TIC no desenvolvimento de projetos propicia:
• Registrar a descrição do projeto, isto é, expressar a intenção e os conhecimentos que a pessoa possui por meio de múltiplas linguagens;
• Buscar informações em diferentes fontes;
• Mostrar as ações em realização no processo de implementação e os resultados produzidos;
• Documentar toda a história do processo de implementação e recuperar essa história a qualquer momento e de qualquer lugar;
• Comparar os resultados esperados com aqueles obtidos na implementação;
• Refletir sobre as intenções e se os processos e resultados permitem atribuir um pensamento de unidade ao conhecimento produzido;
• Atribuir sentido ao conhecimento produzido em situação social;
• Identificar o currículo construído no desenvolvimento do projeto.

*Como se desenvolve o currículo por meio de projetos?

O currículo escolar deve estar em consonância com a sociedade em que vivemos hoje. Deve ser um processo intencional e prático no qual os principais atores são os professores e alunos. Portanto, este currículo poderá transformar-se em projetos que auxiliem no processo educacional, unindo o plano educativo com o meio no qual vive o aluno, será o currículo vivido. Nesse currículo as TIC são formas pelas quais professores e alunos conseguirão alcançar grandes resultados.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

ARTICULAÇÕES ENTRE ÁREAS DO CONHECIMENTO E TECNOLOGIA
ARTICULANDO SABERES E TRANSFORMANDO A PRÁTICA

Maria Elisabette Brisola Brito Prado

Na sociedade do conhecimento e da tecnologia, torna-se necessário repensar o papel da escola.
O momento requer uma nova forma de pensar e agir para lidar com a rapidez e a abrangência de informações e com o dinamismo do conhecimento.
Nessa perspectiva, a melhor forma de ensinar é aquela que propicia aos alunos o desenvolvimento de competências para lidar com as características da sociedade atual, que enfatiza a autonomia do aluno para a busca de novas compreensões, por meio da produção de idéias e de ações criativas e colaborativas.
O envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é fundamental.
Embora a tecnologia seja um elemento da cultura bastante expressivo, ela precisa ser devidamente compreendida em termos das implicações do seu uso no processo de ensino e aprendizagem. Essa compreensão é que permite ao professor integrá-la à prática pedagógica.
Os recursos pedagógicos da Internet, a pesquisa, a comunicação e a representação podem perfeitamente ser utilizados de forma articulada. O importante é o professor conhecer as especificidades de cada um dos recursos para orientar-se na criação de ambientes que possam enriquecer o processo de aprendizagem do aluno.
A elaboração de um projeto feita em parceria entre alunos e professores deve ser entendida como uma organização aberta, que articula informações conhecidas, baseadas nas experiências do passado e do presente, com as antecipações de outros aspectos que surgirão durante sua execução.
O trabalho por projetos potencializa a articulação entre os saberes das diversas áreas de conhecimento, das relações com o cotidiano e do uso de diferentes meios tecnológicos e/ou não. Do ponto de vista da aprendizagem, o trabalho por projetos tem um caráter extremamente importante, porque possibilita ao aluno a recontextualização de conceitos e estratégias, bem como o estabelecimento de relações significativas entre conhecimentos.
O trabalho por projetos enfatiza a abrangência de relações entre as várias áreas de conhecimento e o desenvolvimento criativo, para lidar com os aspectos inusitados que emergem das relações. Além disso, o trabalho por projetos não é solitário, ele exige uma postura colaborativa entre as pessoas envolvidas. O projeto constitui-se em um trabalho de grupo, de formação de um time, em que as pessoas, cada qual com seus talentos, se
relacionam em direção a um alvo em comum.
CIÊNCIA DA NATUREZA, MATEMÁTICA E TECNOLOGIA.
A INTERAÇÃO COMO PADRÃO COMUM ENTRE AS CIÊNCIAS DA NATUREZA E A TECNOLOGIA

Beatriz Corso Magdalena

Se pensarmos que vivemos em uma época em que a ciência e a tecnologia
avançam velozmente em abundância e renovação, os trabalhos nas salas de aula ficam ainda mais defasados.
Podemos dizer que professores e alunos estão sendo soterrados por uma massa caudalosa de informações em contínua transformação, da qual retiram apenas porções esparsas e fragmentadas que constituem em suas mentes uma difusa miscelânea, incapaz de auxiliar nos momentos de confronto e de tomada de decisão. Uma das
conseqüências graves, constantemente detectada, deste fato é a dificuldade de desenvolvimento, na medida em que a população não apresenta competências para compreender e propor alternativas de solução para problemas tanto de sua realidade local como da universal.
Esses mesmos estudos anunciam que é necessária uma mudança radical. Sugerem, para tanto, que: 1) as grades programáticas sejam rompidas, diminuindo a quantidade e a dispersão e aprofundando a qualidade das informações e dos conteúdos selecionados; 2) o trabalho seja centrado em dúvidas e indagações (interesses e necessidades) dos alunos, em função das hipóteses que levantam sobre a realidade; 3) o processo de aprendizagem
seja desenvolvido mediante processos ativos e construtivos, tais como: projetos de aprendizagem cooperativa (entre grupos de uma mesma turma, de diferentes turmas da escola ou de outras comunidades escolares); resolução de problemas propostos tanto por professores como por alunos e ações práticas de simulação no ambiente, físico ou virtual, de laboratório; 4) as diferentes tecnologias sejam utilizadas como recursos para
garantir o desenvolvimento de ações até então impossíveis; 5) a Internet seja considerada muito mais como um espaço de comunicação e troca cooperativa, enriquecida pela diversidade que os grupos humanos apresentam, do que apenas de exposição de trabalhos já avaliados como prontos; 6) o professor seja um parceiro desafiador do trabalho dos alunos e um investigador constante do avanço processual do conhecimento pelos grupos.
Segundo Piaget, todos os homens são inteligentes, e essa inteligência serve para buscar e encontrar respostas
para seguir vivendo. Por isso mesmo a inteligência apresenta duas condições inerentes ao ser vivo: a organização e a adaptação em um mundo em constante transformação.
Diante dessa perspectiva, desenvolver a inteligência em suas múltiplas facetas é tornar mais fácil o processo de viver a vida. O ser humano pode garantir isso a partir de suas relações com a natureza, com as outras pessoas, dependendo dos fluxos, das cadeias, das redes energéticas, materiais e cognitivas que se estabelecem como elementos de troca entre eles. Assim, o homem depende necessariamente da interação.
Nessa perspectiva, as ciências da natureza e a tecnologia têm papel primordial. Essas interações, hoje, são intensificadas pela disponibilização de uma gama crescente de recursos tecnológicos a faixas mais amplas da sociedade. Possibilitam que a vida de um e de todos – entendida aqui não só no sentido biológico, mas nos sentidos social, histórico, cultural, psicológico, espiritual e outros – siga seus processos, por meio de formas construtivas e interdependentes de conhecer e existir, mais condizentes com a condição de seres humanos.
CIÊNCIA DA NATUREZA, MATEMÁTICA E TECNOLOGIA.
AS NOVAS TECNOLOGIAS E SUA EXPRESSIVA CONTRIBUIÇÃO PARA
O ENSINO DAS CIÊNCIAS NO ENSINO MÉDIO.

Vera Lúcia Duarte de Novais


A escola, como instituição, e os professores, como os principais responsáveis pelo desenvolvimento intelectual das novas gerações de brasileiros, têm sido alvo de inúmeras críticas, provenientes de vários segmentos de nossa sociedade. A exigência quanto ao desempenho da escola é, em grande parte, decorrente da premência que nosso país tem por se desenvolver, avançando na solução de muitos problemas que há muito nos acompanham, especialmente no que tange à situação de extrema carência em que vivem muitos brasileiros.
Apesar das dificuldades que mencionamos anteriormente, de mudar e de adequar-se ao novo, inerentes à própria instituição escolar, os educadores brasileiros que hoje atuam em nossas escolas vivem uma época
singular, que lhes permite vislumbrar saídas para vencer o descompasso entre as demandas sociais e suas efetivas possibilidades de ação. Se, de um lado, há inúmeros obstáculos a enfrentar, de outro, é possível capitalizar
os recursos advindos das novas tecnologias de comunicação e informação para reduzir, com rapidez, inimaginável há poucos anos, a distância entre a escola e as diversas instâncias da sociedade, viabilizando o
acesso a pesquisas atualizadas e a informações de natureza diversa, provenientes dos mais variados locais do mundo.
Essa facilidade de acessar informações, graças ao uso da Internet, por si só torna viável o contato da escola com o mundo exterior. Mas mais importante do que isso é a possibilidade que esse recurso traz
para que, com orientação adequada do professor, o aluno se aproprie de conceitos, aprendendo-os significativamente, não só por poder perceber a importância que eles têm, em um contexto mais amplo, mas também na medida em que possa entender a relevância que eles possuem do ponto de vista social, dando-lhe a oportunidade de desenvolver sua competência de utilizar-se desses conceitos em um novo contexto.
PRÁTICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS.
PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES COM PROJETOS:
ARTICULAÇÃO ENTRE CONHECIMENTOS, TECNOLOGIAS E MÍDIAS

Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida


A idéia de projeto faz parte da essência do ser humano consciente de sua condição de incompletude, em busca incessante de transformar-se para atingir algo desejável e encontrar respostas às suas questões.
O homem constitui-se em sua humanidade à medida que desenvolve sua capacidade de fazer escolhas e se lançar ao mundo, transformando-se e transformando-o, em busca de desenvolver projetos para atingir metas e satisfazer desejos pessoais e coletivos a partir de valores históricos, culturalmente situados e socialmente acordados (Machado, 2000, p. 2).
Projeto é uma construção própria do ser humano, que se concretiza a partir de uma intencionalidade representada por um conjunto de ações que ele antevê como necessárias para executar, a fim de transformar uma situação problemática em uma situação desejada. A realização das atividades produz um movimento no sentido de buscar atingir, no futuro, uma nova situação que responda às suas indagações ou avance no sentido de melhor compreendê-las. Nesse processo de realização das atividades, acontecem imprevistos e mudanças fazem-se necessárias, evidenciando que o projeto traz em seu bojo as idéias de previsão de futuro, abertura para mudanças, autonomia na tomada de decisões e flexibilidade.
A utilização de tecnologias na escola e na sala de aula impulsiona a abertura desses espaços ao mundo e ao contexto, permite articular as situações global e local, sem contudo abandonar o universo de conhecimentos acumulados ao longo do desenvolvimento da humanidade. Tecnologias e conhecimentos integram-se para produzir novos conhecimentos que permitam compreender as problemáticas atuais e desenvolver projetos, em busca de alternativas para a transformação do cotidiano e a construção da cidadania.
O professor é um artista que busca projetar as bases de um currículo intrinsecamente motivador para o aluno tornar-se leitor e escritor. Não é o professor quem planeja para os alunos executarem, ambos são parceiros e sujeitos do processo de conhecimento, cada um atuando segundo seu papel e nível de desenvolvimento.
No processo de formação, o educador tem a oportunidade de vivenciar distintos papéis, como o de aprendiz, o de observador da atuação de outro educador, o papel de gestor de atividades desenvolvidas em grupo com seus colegas em formação e o papel de mediador junto com outros aprendizes. A reflexão sobre essas vivências incita a compreensão sobre seu papel no desenvolvimento de projetos que incorporam distintas tecnologias e mídias para a produção de conhecimentos.
REVALORIZAÇÃO DO LIVRO DIANTE DAS NOVAS MÍDIAS.
VEÍCULOS E LINGUAGENS DO MUNDO CONTEMPORÂNEO:
A EDUCAÇÃO DO LEITOR PARA AS ENCRUZILHADAS DA MÍDIA

Ezequiel Theodoro da Silva


Pode-se dizer que os livros eram os mais importantes instrumentos para a transmissão da comunicação científica, incluindo informações sobre eventos históricos.
A comunicação escrita, especialmente aquela provocada por livros ou similares, permanece e permanecerá indispensável não apenas para a fruição da literatura, mas para qualquer situação em que o sujeito precise ler cuidadosamente, não apenas para "escanear" ou "receber" informações, mas também especular e refletir sobre estas.
PESQUISA, COMUNICAÇÃO E APRENDIZAGEM COM O COMPUTADOR.
O PAPEL DO COMPUTADOR NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

José Armando Valente

As novas tecnologias usadas na educação já estão ficando velhas!
As facilidades técnicas oferecidas pelos computadores possibilitam a exploração de um leque ilimitado de ações pedagógicas, permitindo uma ampla diversidade de atividades que professores e alunos podem realizar.
Porém, o computador ainda não tem capacidade de interpretar esse texto fornecendo um resultado sobre seu conteúdo. Ele pode fornecer informação sobre a formatação do texto, a ortografia e, em alguns casos, sobre aspectos gramaticais. Mas não ainda sobre o significado do conteúdo. Isso tem de ser realizado por uma pessoa que lê o texto e fornece o "resultado" dessa leitura em termos de significados, coerência
de idéias, etc.
A Internet está ficando cada vez mais interessante e criativa, possibilitando a exploração de um número incrível de assuntos. Porém, se o aprendiz não tem um objetivo nessa navegação ele pode ficar perdido. A idéia de navegar pode mantê-lo ocupado por um longo período de tempo, porém muito pouco pode ser realizado em termos de compreensão e transformação dos tópicos visitados em conhecimento. Se a informação obtida não é posta em uso, se ela não é trabalhada pelo professor, não há nenhuma maneira de estarmos seguros de que o aluno compreendeu o que está fazendo. Nesse caso, cabe ao professor suprir essas situações para que a construção do conhecimento ocorra.
A formação do professor, portanto, envolve muito mais do que provê-lo com conhecimento técnico sobre computadores. Ela deve criar condições para que ele possa construir conhecimento sobre os aspectos computacionais, compreender as perspectivas educacionais subjacentes às diferentes aplicações do computador e entender por que e como integrar o computador na sua prática pedagógica. Deve proporcionar ao professor
bases para que possa superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica, possibilitando a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdo e voltada para a elaboração de projetos temáticos do interesse de cada aluno. Finalmente, deve criar condições para que o professor saiba recontextualizar o aprendizado e a experiência vivida durante sua formação para sua realidade de sala de aula, compatibilizando as necessidades de seus alunos e os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir.
APRENDER COM O VÍDEO E A CÂMERA.
PARA ALÉM DAS CÂMERAS, AS IDEIAS

Laura Maria Coutinho



As escolas podem ser as oficinas que engendram a nova cultura se professores e alunos aprenderem asuperar as intransigências.
Talvez o grande desafio para a educação na sociedade telemidiática seja justamente o de estimular a expressão dessa complementaridade que permanece, muitas vezes, latente entre a educação e as mídias, em especial a televisão, por ser aquela que, hoje, consegue alcançar o maior número de pessoas e compõe, de igual maneira, o cotidiano de professores e alunos, supera a hierarquia imposta pela escola e transforma todos os envolvidos no processo em telespectadores dos mesmos programas, das mesmas imagens e sons.
Apreender essa linguagem que é outra e a mesma sempre é, pois, um desafio para todos, ultrapassando a idéia de aprender e ensinar que marca fortemente a educação. A televisão expressa uma linguagem pública, por
isso mesmo alegórica, feita para uma massa de pessoas que conhece seus rudimentos e, muitas vezes, adentrou o universo da linguagem audiovisual sem dominar os códigos da língua escrita.
A escola ainda é uma instituição muito restrita a duas linguagens apenas: a escrita e a oral. Os novos meios, mesmo incorporando os antigos, ao criarem as novas linguagens propõem igualmente novas formas de estar no mundo e – por que não? – também na escola.
PEDAGOGIA DE PROJETOS: FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES

Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. Portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações – que tem como
centro do processo a atuação do professor – para criar situações de aprendizagem cujo foco incida sobre as relações que se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo a partir das relações criadas nessas situações.
O trabalho por projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e, conseqüentemente, na postura do professor.
Na pedagogia de projetos, é necessário ter coragem de romper com as limitações do cotidiano.
A pedagogia de projetos deve permitir que o aluno aprenda-fazendo e reconheça a própria autoria naquilo que produz por meio de questões de investigação que lhe impulsionam a contextualizar conceitos já conhecidos e descobrir outros que emergem durante o desenvolvimento do projeto.
O professor precisa ter abertura e flexibilidade para relativizar sua prática e as estratégias pedagógicas, com vistas a propiciar ao aluno a reconstrução do conhecimento. O compromisso educacional do professor é justamente saber o que, como, quando e por que desenvolver determinadas ações pedagógicas. E para isso é fundamental conhecer o processo de aprendizagem do aluno e ter clareza da sua intencionalidade pedagógica.

( Maria Elisabete Prado)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Seymour Papert

Seymour Papert é um matemático e proeminente educador estadunidense nascido na África do Sul. Leciona no Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Ele é o teórico mais conhecido sobre o uso de computadores na educação, tendo criado, na década de 1970, a linguagem de programação Logo, para crianças, quando os computadores eram muitos limitados, não existia a interface gráfica nem a internet.
É um dos pioneiros da inteligência artificial, assim como inventor da linguagem de programação LOGO (em 1968).
Na educação, Papert cunhou o termo construcionismo como sendo a abordagem do construtivismo que permite ao educando construir o seu próprio conhecimento por intermédio de alguma ferramenta, como o computador, por exemplo.
Desta forma, o uso do computador é defendido como auxiliar no processo de construção de conhecimentos, uma poderosa ferramenta educacional, adaptando os princípios do construtivismo cognitivo de Jean Piaget a fim de melhor aproveitar-se o uso de tecnologias.
Lev Vygotsky - O teórico do ensino como processo social


O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) morreu há 74 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil.
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular
os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.
Surge da ênfase no social uma oposição teórica em relação ao biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), que também se dedicou ao tema da evolução da capacidade de aquisição de conhecimento pelo ser humano e chegou a conclusões que atribuem bem mais importância aos processos internos do que aos interpessoais. Vygotsky, que, embora discordasse de Piaget, admirava seu trabalho, publicou críticas ao suíço em 1932. Piaget só tomaria contato com elas nos anos 1960 e lamentou não ter podido conhecer Vygotsky em vida. Muitos estudiosos acreditam que é possível conciliar as obras dos dois.
Biografia

Lev Semenovitch Vygotsky nasceu em 1896 em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia (e que só se tornou independente em 1991, com a desintegração da União Soviética, adotando o nome de Belarus). Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança. Ele teve um tutor particular até entrar no curso secundário e se dedicou desde cedo a muitas leituras. Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito. Formado, voltou a Gomel, na Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia – área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica, seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200 trabalhos científicos. Em 1925, já sofrendo da tuberculose que o mataria em 1934, publicou A Psicologia da Arte, um estudo sobre Hamlet, de William Shakespeare, cuja origem é sua tese de mestrado.
Relação homem-ambiente

Os estudos de Vygotsky sobre aprendizado decorrem da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", escreveu o psicólogo. Ele rejeitava tanto as teorias inatistas, segundo as quais o ser humano já carrega ao nascer as características que desenvolverá ao longo da vida, quanto as empiristas e comportamentais, que vêem o ser humano como um produto dos estímulos externos. Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor – ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa.
Segundo a teoria vygotskiana, toda relação do indivíduo com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos – como, por exemplo, as ferramentas agrícolas, que transformam a natureza – e da linguagem – que traz consigo conceitos consolidados da cultura à qual pertence o sujeito.

O papel do adulto

Todo aprendizado é necessariamente mediado – e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante do que o previsto por Piaget e outros pensadores da educação, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser conduzido pelo própria aluno. Segundo Vygotsky, ao contrário, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança "se apropria" dele, tornando-o voluntário e independente.
Expansão dos horizontes mentais
Como Piaget, Vygotsky não formulou uma teoria pedagógica, embora o pensamento do psicólogo bielo-russo, com sua ênfase no aprendizado, ressalte a importância da instituição escolar na formação do conhecimento. Para ele, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. Ao formular o conceito de zona proximal, Vygotsky mostrou que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, "puxando" dela um novo conhecimento. O psicólogo considerava ainda que todo aprendizado amplia o universo mental do aluno. O ensino de um novo conteúdo não se resume à aquisição de uma habilidade ou de um conjunto de informações, mas amplia as estruturas cognitivas da criança. Assim, por exemplo, com o domínio da escrita, o aluno adquire também capacidades de reflexão e controle do próprio funcionamento psicológico.
Desse modo, o aprendizado não se subordina totalmente ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro, provocando saltos de nível de conhecimento. O ensino, para Vygotsky, deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho, porque, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro vem antes. É a isso que se refere um de seus principais conceitos, o de zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender – potencial que é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. Em outras palavras, a zona de desenvolvimento proximal é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais habilidades que um professor precisa ter, segundo Vygotsky.
FERNANDO HERNÁNDEZ



O educador espanhol Fernando Hernández baseia-se nas idéias de John Dewey, filósofo e pedagogo norte americano, que defendia a relação da vida com a sociedade, dos meios com os fins e da teoria com a prática.
A principal proposta dos educadores Fernando Hernández é reorganizar o currículo por projetos. O professor deve deixar o papel de “transmissor de conteúdos” para se transformar em um pesquisador e o aluno por sua vez passa a ser o sujeito do processo ensino aprendizagem. Em um projeto “todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos, basta que se tenha uma dúvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto”, diz o educador espanhol Fernando Hernández.
Em um projeto de trabalho os próprios educandos começam a participar do processo de criação, procurando respostas e buscando soluções. Nesse processo a etapa mais importante é o levantamento de dúvidas e a definição dos objetivos da aprendizagem. Na organização do currículo por projetos de trabalho há a busca de respostas adequadas e soluções acertadas, facilitando assim a tomada de decisões, que ocorre no delineamento do processo.

Devemos definir primeiramente os problemas, para só depois escolher as disciplinas mais adequadas para se trabalhar e encontrar soluções. Trabalha-se através de conteúdos pré-definidos. De acordo com Fernando Hernández, há muitas maneiras de garantir a aprendizagem, e trabalhar com projeto é apenas uma das opções. “ É bom e é necessário que os estudantes tenham aulas expositivas, participem de seminários, trabalhem em grupos e individualmente, ou seja, estudem em diferentes situações”, explica Hernández.

Todo projeto precisa estar relacionado aos objetivos e conteúdos para não perder o sentido do que se quer alcançar. É necessário estabelecer limites e metas para a culminância do trabalho. Os projetos de trabalho aproximam a escola do aluno e se associam muito à pesquisa sobre o interesse do educando, à curiosidade e investigação dos fatos atuais. Há necessidade de que os docentes discutam a proposta de trabalho, enfatizando suas dúvidas, enaltecendo suas idéias e sugestões, para que dessa maneira, todos se envolvam no processo.
O professor nunca estará sozinho, pois o projeto de trabalho é coletivo e se fundamenta em pesquisa. Tudo que se ensina através de um projeto, começa de um problema inicial. “Nem tudo pode ser ensinado mediante projetos, mas tudo pode ser ensinado como um projeto”.
A escola é uma instituição que se organiza através de saberes historicamente acumulados e construídos, que devem ser resgatados, recuperados e conservados, acrescentando os saberes construídos e adquiridos no presente, sem esquecer que estando na era da tecnologia e globalização, esses saberes são dinâmicos e complexos, transformando-se vertiginosamente. Hoje não há donos de saberes, pois as verdades são transitórias e não permanentes. Aprende-se a aprender todos os dias e a todo o momento. Há necessidade de propiciar momentos de interação com os alunos, para criar oportunidades de desenvolvimento do “olhar crítico’, para que as informações sejam analisadas, refletidas e só depois transformadas em saberes construídos à luz da criticidade e do fazer inteligente”.
Fernando Hernández enaltece os professores com sua fala: “o professor, no Brasil, tem desejo de aprender e vontade de se comprometer com sua aprendizagem. O Brasil é um dos países do mundo que eu conheço em que os educadores vibram mais. Eles são apaixonados, preocupados, comprometidos. Esse é um capital que o país tem e não pode ser desperdiçado. Eu conheço poucos em outros países, que não tem dinheiro e mesmo assim se reúnem em grupo para comprar um livro e aprender conjuntamente. Isso é maravilhoso”.
Jean Piaget
Biografia
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel e morreu em Genebra, na Suíça, com 83 anos. Foi biólogo e psicólogo com enorme produção na área de Educação, professor de Psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, conhecido principalmente por organizar o desenvolvimento cognitivo em uma série de estágios. Desenvolveu trabalhos no Laboratório de Alfred Binet, em Paris, investigando o desenvolvimento intelectual da criança a partir de testes elaborados por ele. É este traballho que o motivou a desenvolver as suas pesquisas na área da Psicologia do Desenvolvimento.
Com 27 anos, escreveu o seu primeiro livro de Psicologia: A Linguagem e o Pensamento na Criança. Em 1925, ocupou o cargo de professor de Filosofia em sua cidade natal. Na década de 50, fundou, congregando investigadores de vários ramos do saber, o Centro Internacional de Epistemologia Genética da Faculdade de Ciências da Universidade de Genebra, de onde saíram importantes obras de Psicologia Cognitiva. Lecionou a disciplina de Psicologia da Criança, a partir de 1952, na Sorbonne, Paris. Durante esse período, cerca de onze anos, desenvolveu trabalhos sobre a inteligência com o grupo de investigadores da Escola de Binet e Simon, autores do primeiro teste de inteligência para crianças.
Piaget escreveu mais de 100 livros e artigos, alguns dos quais contaram com a colaboração de Barbel Inhelder. Entre eles, destacam-se: Seis Estudos de Psicologia; A construção do Real na Criança; A Epistemologia Genética; O Desenvolvimento da Noção de Tempo na Criança; Da Lógica da Criança à Lógica do Adolescente; A Equilibração das Estruturas Cognitivas.
Psicólogo revolucionou a Educação
Há tempos que Psicologia e Educação andam juntas. Afinal, para compreender os processos de ensino e aprendizagem no indivíduo é necessário acompanhar o meio em que está inserido e as influências que ele exerce. Estes são antigos paradigmas que, até a chegada de Piaget, serviam como referência para entender os mecanismos da Educação. Mas, por que até Piaget? Pelo simples fato de que, no início do século XX, com uma teoria até então revolucionária, ele identificou que a constituição do conhecimento do sujeito não dependia apenas da ação do meio ou de sua herança genética, mas também de sua própria ação.
Em outras palavras, a teoria de Piaget mostra que o sujeito inativo e submisso não é "ator" e, neste caso, a estimulação de um professor por si só, por exemplo, não produz nada. Além disso, mostrou que a herança genética tampouco é transformadora sem a ação do próprio indivíduo em questão. Embora possa parecer grego, são idéias do suíço que, há muito tempo, pregava a, hoje, difusa idéia de que o indivíduo deve atuar como sujeito de seu conhecimento.
Teoria de Piaget
A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de esquemas ou conhecimento. Isto é, uma vez que a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma acomodação e, após isso, uma assimilação. Desta forma, o equilíbrio é, então, alcançado.
A forma de raciocinar e de aprender da criança passa por estágios. Por volta dos dois anos, ela evolui do estágio sensório-motor - em que a ação envolve os órgãos sensoriais e os reflexos neurológicos básicos, e o pensamento se dá somente sobre as coisas presentes na ação que desenvolve - para o pré-operatório. Uma nova progressão ocorre por volta dos sete anos, quando ela passa para o estágio operacional-concreto e consegue refletir sobre o inverso das coisas e dos fenômenos e, para concluir um raciocínio, leva em consideração as relações entre os objetos. Por fim, por volta da adolescência, chega ao estágio operacional-formal, em que pensa em coisas completamente abstratas, sem necessitar da relação direta com o concreto.
CÉLESTIN FREINET

Freinet nasceu no dia 15 de outubro de 1896, na vila de Gaves, nos Alpes Franceses. Teve uma infância e juventude rural, em meio das paisagens, modo de produção artesanal, comportamentos e valores de homem do campo. Sua condição de vida veio mais tarde influenciar sua pedagogia.
Com o início da guerra, em 1914, alistou-se e devido a ações de gases tóxicos, comprometeu seu pulmão. Após ter retornado da guerra, decidido, sabia o que seria: “Professor primário”.

Freinet mesmo sem a experiência pedagógica, trazia consigo um profundo respeito à criança.
Freinet criou várias técnicas pedagógicas, uma delas seria a “aula passeio”, pois acreditava que o interesse da criança não estava na escola e sim no que acontecia fora dela, Freinet idealizava esta atividade com o objetivo de trazer motivação, ação e vida para a escola.
Para Freinet:
- A criança é de mesma natureza que o adulto;
- Ser maior não significa, necessariamente, estar acima dos outros;
- É preciso ter esperanças otimistas na vida;
- A criança e o adulto não gostam de uma disciplina rígida, quando isto significa obedecer passivamente uma ordem externa.
Freinet possuía um sonho: transformar a educação. Sua pedagogia tinha em mira, formar um homem mais livre, mais autônomo e mais responsável. Um homem que tenha condições de contribuir na transformação da sociedade. Assim sendo, objetiva essa pedagogia, conhecer a natureza e dar consciência ao homem do que ele é e do que ele quer, e procura dar-lhe os instrumentos necessários que o auxilie no desenvolvimento eficiente de suas tarefas sociais.
Para tanto, precisa-se conhecer bem o aluno e o seu meio social, condição sem a qual não se pode desenvolver bem a ação educativa, ou seja, não se pode dar ao aluno as orientações necessárias para que ele possa superar, por si mesmo, suas dificuldades e resolver o seu problema.
As idéias de Freinet começaram a incomodar os conservadores franceses, e Freinet é afastado da escola em que lecionava (Saint Paul), após esta ruptura ele cria uma escola privada e laica, trabalhando arduamente na escola, criando novas pedagogias, porém, o Ministério da educação recusa-se a reconhecê-la.
Durante a Segunda guerra mundial, a escola é desativada, Freinet é preso e fica seriamente doente. Enquanto se estabelecia, escreveu a maior parte de sua obra. Com todos os obstáculos, nos anos 50 a pedagogia de Freinet se espalha pelo mundo.
O que distingue Freinet dos demais pensadores do movimento da escola nova é que ele cria um movimento em prol da escola popular, defendia a livre expressão como um princípio pedagógico, além da educação pelo trabalho e a cooperação e o tateamento experimental. Para Freinet, o trabalho é uma necessidade para o homem, não se devendo fazer distinção entre trabalho manual e intelectual.
Célestin Freinet morreu em Vence, na França, no dia 8 de outubro de 1966.
William Heard Kilpatrick (20 de novembro de 1871 - 13 de Fevereiro de 1965) foi um E.U. americano pedagogo e um aluno, um colega e um sucessor de John Dewey.
Kilpatrick nasceu em White Plains, Georgia. Ele teve uma educação ortodoxa e foi educado na Mercer University e Universidade Johns Hopkins onde mais tarde tornou-se professor de matemática na High School e na Universidade Mercer. Ele conheceu John Dewey em 1898 e novamente o conheci em 1907. Kilpatrick decidiu fazer filosofia da educação de sua especialidade e ocupou todos os cursos por Dewey. A partir deste desenvolveu uma cooperação, que persistiu até a morte de Dewey em 1952. Ambas as idéias dos homens afetados diretamente da fundação de 1932 Bennington College em Vermont: ambos estavam no original College Board of Trustees, com Kilpatrick em breve tornar-se presidente da Câmara, e duas das 12 casas no terreno são nomeado após eles.
Seu primeiro emprego como professora foi em Blakely Institute, um conjunto básico e secundário das escolas públicas do sudoeste da Geórgia, exigiu que ele assistiu a uma julho 1892 Verão no Rock College Escola Normal, em Atenas, GA. Lá, ele aprendeu das teorias educacionais de educador alemão Friedrich Froebel, fundador do jardim de infância e defender-aprendizagem através da brincadeira. Ele novamente estudada em Universidade Johns Hopkins, Verão 1895, então ensinou a sétima série e foi a principal de Anderson Elementary School, Savannah, GA, 1896-1897. Ele estava em Mercer University, 1897-1906, ensinou matemática, foi vice-presidente, de 1900, e presidente em exercício, 1904-1906, mas desistiu quando os gestores estão preocupados com a sua dúvida do nascimento virgem.
Em 1908, Kilpatrick escreveu em seu diário, "o professor Dewey fez uma grande diferença no meu pensamento." Dewey escreveu o professor John A. MacVannel, professor Kilpatrick importante: "Ele é o melhor que já tive." Kilpatrick passou o resto de sua carreira profissional e vida longa ao Teachers College, Columbia University (TCCU), onde foi um aluno, 1907-1909; recebeu o Ph.D. em 1912, foi professor em educação, professor 1909-1911; assistente, professor 1911-1915; associado, 1915-1918; professor de filosofia da educação, 1918-1937, e posteriormente professor emérito.
Casou-se com Marie Beman Guyton em 27 de dezembro de 1898, e tiveram três filhos. Ela faleceu em maio de 1907. Ele então se casou com Margaret Manigault Pinckney em 26 de novembro de 1908, ela morreu em novembro de 1938. Ele finalmente se casou com Marion Y. Ostrander em 08 de maio de 1940, ela ter sido sua secretária.
Ele ensinou os verões na Universidade da Geórgia, 1906, 1908 e 1909, a Universidade do Sul (Knoxville), 1907, foi professor visitante, Northwestern University, 1937-1938, e ensinou as sessões de verão, 1939, 1940, 1941; sessões de verão ensinou, Stanford University, 1938; Universidade de Kentucky, 1942, University of North Carolina, 1942; e da Universidade de Minnesota, 1946. Suas viagens ao exterior incluídas visitas a escolas, palestras e encontros com educadores de destaque na Itália, Suíça e França, maio-junho 1912, a Europa ea Ásia, agosto 1926-junho 1927, e ao redor do mundo, agosto a dezembro de 1929.
Ele recebeu LL.D. honorário graus da Mercer University, 1926, Columbia University, 1929 e Bennington College, de 1938 (que ajudou a fundar em 1923 e onde foi presidente do conselho de administração, 1931-1938), a DHL honorário grau do Colégio de Estudos Judaicos, 1952, eo Prêmio Brandeis para serviços humanitários, 1953.
Depois de se aposentar TCCU de 1937, ele foi presidente da Liga Urbana de Nova York, 1941-1951; presidente da American Youth para Jornada Mundial da Juventude, 1946-1951 Presidente, do Bureau Internacional de Educação, 1940-1951, e no conselho de diretores da Liga para a Democracia Industrial.
Kilpatrick tinha vários críticos, mas muitos mais admiradores e seguidores. Sua octagésimo quinto aniversário, 20 de novembro de 1956, celebrada em Horace Mann Auditorium, TCCU, resultou em um especial de março 1957 questão da educação progressiva, aniversário de William Heard Kilpatrick "Oitenta e Cinco", contendo 10 artigos. Ambos anunciado e criticado como intérprete de John Dewey chefe educacional, Kilpatrick foi um dos principais defensores da educação progressiva. Ele morreu após uma longa doença aos 93 anos em 13 de fevereiro de 1965.
JOHN DEWEY

Graduou-se pela Universidade do Vermont em 1879 e exerceu as funções de professor do secundário durante dois anos, tempo em que desenvolveu um profundo interesse por Filosofia. Em Setembro de 1882 deixou o ensino e retornou à universidade para estudar Filosofia, na Universidade Johns Hopkins onde obteve o doutoramento. Dewey exerceu a função de professor de Filosofia na Universidade de Michigan, onde ensinou a partir de Setembro de 1884. Três anos mais tarde (1887), publicava o seu primeiro livro, Psychology, onde propunha um sistema filosófico que conjugava a estudo científico da psicologia com a filosofia idealista alemã.
Entre suas obras se destacam The School and Society (1899; "A Escola e a Sociedade") e Experience and Education (1938; "Experiência e Educação").
John Dewey é reconhecido como um dos fundadores da escola filosófica de Pragmatismo (juntamente com Charles Sanders Peirce e William James), um pioneiro em psicologia funcional, e representante principal do movimento da educação progressiva norte-americana durante a primeira metade do século XX.Foi também editor, contribuindo na Enciclopédia Unificada de Ciência, um projeto dos positivistas, organizado por Otto Neurath
Filosofia da Educação
Como se pode ler em Democracy and Education (Democracia e Educação), Dewey tenta sintetizar, criticar e ampliar a filosofia da educação democrática ou proto-democrática contidas em Rousseau e Platão. Via em Rousseau uma visão que se centrava no indivíduo, enquanto Platão acentuava a influência da sociedade na qual o indivíduo se inseria. Dewey contestou esta distinção – e tal como Vygotsky, concebia o conhecimento e o seu desenvolvimento como um processo social- integrando os conceitos de "sociedade" e indivíduo.
Para ele, o indivíduo somente passa a ser um conceito significante quando considerado parte inerente de sua sociedade – enquanto esta nenhum significado possui, se for considerada à parte, longe da participação de seus membros individuais.
Depois, como reconhece na obra posterior Experience and Nature ("Experiência e Natureza"), o empirismo subjetivo da pessoa é quem realmente introduz as novas idéias revolucionárias no conhecimento.
Para Dewey era de vital importância que a educação não se restringisse ao ensino do conhecimento como algo acabado – mas que o saber e habilidade do estudante adquirem possam ser integrados à sua vida como cidadão, pessoa, ser humano. No laboratório-escola que dirigiu junto a sua esposa Alice, na Universidade de Chicago, as crianças bem novas aprendiam conceitos de física e biologia presenciando os processos de preparo do lanche e das refeições, que eram feitos na própria classe.
Sua idéias, embora bastante populares, nunca foram ampla e profundamente integradas nas escolas públicas norte-americanas, embora alguns dos valores e premissas tenham se difundido. Suas idéias de "Educação Progressiva" foram duramente perseguidas no período da Guerra Fria, quando a preocupação dominante era criar e manter uma elite intelectual científica e tecnológica, para fins militares. No período pós-guerra-fria, entretanto, os preceitos da Educação Progressiva têm ressurgido na reforma de muitas escolas, e o sistema teórico de educação tem suas pesquisas evoluído.
MONTESSORI

Maria Montessori era uma educadora italiana, nasceu em 1870 e morreu em 1952. Doutorou-se em medicina pela Universidade de Roma. Aos 25 anos começou a dedicar-se às crianças anormais.
Nessa época, Séguin era muito conhecido pelas suas idéias relacionadas ao tratamento e à educação dos anormais. Montessori tomou as idéias de Séguin como ponto de partida para o seu próprio trabalho. Fez viagens de estudo à França e a Inglaterra.
Montessori mudou os rumos da educação tradicional, que dava maior privilégio à formação intelectual. Emprestou um sentido vivo e ativo à educação. Destacou-se pela criação de Casas de Crianças, instituições de educação e vida e não apenas lugares de instrução.
Voltando para a Itália, passou a se dedicar à formação de professores para a educação de anormais. Ela observava muito e por isso descobria defeitos das escolas comuns e começou a experimentar em crianças de evolução regular os procedimentos utilizados na educação dos anormais.

Maria Montessori

O movimento da educação nova, na Itália, começou com a Dra Maria Montessori e suas Casas das Crianças. Elas não visavam à instrução somente, mas eram locais de educação e de vida; realizavam, enfim, a educação completa da criança. A primeira "Casa dei Bambini", como era chamada na Itália, foi fundada em Roma, em 1907.
O método Montessori foi um dos primeiros métodos ativos quanto à criação e aplicação, seu principal objetivo são as atividades motoras e sensoriais visando, especialmente, à educação pré-escolar, trabalho também estendido a segunda infância.
Mesmo considerando que o método Montessori surgiu da educação de crianças anormais, ele está bem diferente, no mundo, na educação de crianças normais. É um método de trabalho individual, embora tenha também um caráter social, uma vez que as crianças, em conjunto, devem colaborar para o ambiente escolar. O seu material é voltado à estimulação sensorial e intelectual.
A primeira Guerra Mundial diminuiu o ardor pelo sistema de jardim de infância e por todas as coisas alemãs. Paralelo a este acontecimento, surgiu a técnica admirável da Dra Maria Montessori.
Faz-se importante citar que o movimento das Escolas Novas em oposição aos métodos tradicionais, não respeitavam as necessidades e a evolução do desenvolvimento infantil.
Os princípios da nova pedagogia inspiravam verdadeiras reformas educacionais. Em 1946 ocorreu, em Paris, o primeiro Congresso da Educação Nova. Os trabalhos apresentados refletiam nas realizações já conquistadas, bem como destacavam os aspectos que ainda deveriam ser conseguidos.
Neste contexto da Escola Nova, Maria Montessori, ocupa papel de destaque pelas novas técnicas introduzidas nos jardins de infância e nas primeiras séries do ensino formal. Seus jogos são atraentes e instrutivos; apesar dessa contribuição da educadora e médica italiana, ela não é a pioneira exclusiva do movimento, mas uma importante parte dele.
Há mais de dois séculos atrás, surgiram pioneiros preocupados com a liberação da criança, tentando inverter o ciclo vicioso vigente; em vez do aluno girar em torno de uma instrução arbitrária, a escola deveria girar em torno do aluno.
Foram os educadores médicos, que se constituíram na expressão mais fiel dessa nova educação. São eles: Itard, Séguin, Montessori e Decroly, porque eles reuniram as condições essenciais para que a reforma educacional ocorresse.
Da educação terapêutica partiram para a educação das crianças normais; seus métodos consideraram as fases de desenvolvimento infantil e as diferenças individuais, preocupando-se com o corpo e o espírito do aluno e o seu processo de adaptação à vida.
A obra de Montessori pelo envolvimento interior que buscou de cada indivíduo diante do processo educativo, pelos meios elaborados da sua proposta e sua relação dinâmica com o meio. Foi Ovide Decroly quem realizou as suas concepções educacionais de maneira mais perfeita e conveniente. Ele é a grande figura pedagógica de nossa época.
Na obra desses médicos-educadores percebe-se, com clareza, a preocupação em conhecer a criança, senti-la nos vários aspectos de sua personalidade, atender às diferenças individuais de modo que o educando se liberte interiormente e livremente para que se adapte à vida social. E a educação possibilitaria ao indivíduo ter as suas necessidades satisfeitas e ao educador caberia criar condições para que o educando atingisse essas metas. O trabalho e o jogo, as atividades prazerosas, a formação artística, uma sociedade mais intensa colaboravam para desenvolver a personalidade integral.
A ênfase de Montessori voltava-se mais para o ser biológico do que para o social, destacando que a concepção educacional é de crescimento e desenvolvimento, mais que de ajustamento ou integração social, considerando que a vida é desenvolvimento, Montessori achava que à educação cabia favorecer esse desenvolvimento. E a liberdade como condição de expansão da vida constituía-se num princípio básico. Essa concepção influenciava a organização do ambiente escolar; sem carteiras presas e sem prêmios e castigos, a criança deveria manifestar-se espontaneamente; o bem não poderia ser concebido como ficar imóvel, nem o mal como ficar ativo. A atividade e a individualidade formavam, juntamente com a liberdade, os princípios básicos do sistema Montessori.
O espírito da criança, para a educadora italiana, se formaria mediante os estímulos externos que precisam ser determinados.
Referindo-se aos fundamentos da didática montessoriana, a criança é livre, mas livre apenas na escolha dos objetos sobre que possa agir. Esses objetos são sempre os mesmos e típicos para cada gênero de atividade. Daí, o conjunto de jogos ou material que criou para os jardins de infância e suas lições materializadas para o ensino primário.
Ovide - Decroly - O primeiro a tratar o saber de forma única
O médico e educador belga defendia a idéia de que as crianças apreendem o mundo com base em uma visão do todo


Entre os pensadores da educação que, na virada do século 19 para o 20, contestaram o modelo de escola que existia até então e propuseram uma nova concepção de ensino, o belga Ovide Decroly (1871-1932) foi provavelmente o mais combativo. Por ter sido, na infância, um estudante indisciplinado, que não se adaptava ao autoritarismo da sala de aula nem do próprio pai, Decroly dedicou-se apaixonadamente a experimentar uma escola centrada no aluno, e não no professor, e que preparasse as crianças para viver em sociedade, em vez de simplesmente fornecer a elas conhecimentos destinados a sua formação profissional.

Decroly foi um dos precursores dos métodos ativos, fundamentados na possibilidade de o aluno conduzir o próprio aprendizado e, assim, aprender a aprender. Alguns de seus pensamentos estão bem vivos nas salas de aula e coincidem com propostas pedagógicas difundidas atualmente. É o caso da idéia de globalização de conhecimentos – que inclui o chamado método global de alfabetização – e dos centros de interesse.

O princípio de globalização de Decroly se baseia na idéia de que as crianças apreendem o mundo com base em uma visão do todo, que posteriormente pode se organizar em partes, ou seja, que vai do caos à ordem. O modo mais adequado de aprender a ler, portanto, teria seu início nas atividades de associação de significados, de discursos completos, e não do conhecimento isolado de sílabas e letras.


O conceito de interesse é fundamental no pensamento de Decroly. Segundo ele, a necessidade gera o interesse e só este leva ao conhecimento. Fortemente influenciado pelas idéias sobre a natureza intrínseca do ser humano preconizadas por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Decroly atribuía às necessidades básicas a determinação da vida intelectual. Para ele, as quatro necessidades humanas principais são comer, abrigar-se, defender-se e produzir.
Biografia
Ovide Decroly nasceu em 1871, em Renaix, na Bélgica, filho de um industrial e de uma professora de música. Como estudante, não teve dificuldade de aprendizado, mas, por causa de indisciplina, foi expulso de várias escolas. Recusava-se a freqüentar as aulas de catecismo. Mais tarde preconizaria um modelo de ensino não-autoritário e não-religioso. Formou-se em medicina e estudou neurologia na Bélgica e na Alemanha. Sua atenção voltou-se desde o início para as crianças deficientes mentais. Esse interesse o levou a fazer a transição da medicina para a educação. Por essa época criou uma disciplina, a "pedotecnia", dirigida ao estudo das atividades pedagógicas coordenadas ao conhecimento da evolução física e mental das crianças. Casou-se e teve três filhos. Em 1907, fundou a École de l’Ermitage, em Bruxelas, para crianças consideradas "normais". A escola, que se tornou célebre em toda a Europa, serviu de espaço de experimentação para o próprio Decroly. A partir de então, viajou pela Europa e pela América, fazendo contatos com diversos educadores, entre eles o norte-americano John Dewey (1859-1952). Decroly escreveu mais de 400 livros, mas nunca sistematizou seu método por escrito, por julgá-lo em construção permanente. Morreu em 1932, em Uccle, na região de Bruxelas.
A trajetória intelectual e profissional de Decroly se assemelha à da contemporânea Maria Montessori (1870-1952). Como a italiana, o educador belga se formou em medicina. Encaminhando-se para a neurologia, também como ela trabalhou com deficientes mentais, criou métodos baseados na observação e aplicouos à educação de crianças consideradas "normais". Ambos acreditavam que o ensino deveria se aproveitar das aptidões naturais de cada faixa etária.

Mas, ao contrário de Montessori, cujo método previa o atendimento individual na sala de aula, Decroly preferia o trabalho em grupos, uma vez que a escola, para ele, deveria preparar para o convívio em sociedade. Outra diferença é que a escola montessoriana recebe as crianças em ambientes preparados para tornar produtivos os impulsos naturais dos alunos, enquanto a escola-oficina de Decroly trabalha com elementos reais, saídos do dia-a-dia.

Os métodos e as atividades propostos pelo educador têm por objetivo, fundamentalmente, desenvolver três atributos: a observação, a associação e a expressão. A observação é compreendida como uma atitude constante no processo educativo. A associação permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e de espaço. E a expressão faz com que a criança externe e compartilhe o que aprendeu.
No campo da expressão, Decroly dedicou cuidadosa atenção à questão da linguagem. Para ele, não só a palavra é meio de expressão mas também, entre outros, o corpo, o desenho, a construção e a arte.
Friedrich Froebel - O formador das crianças pequenas
O criador dos jardins-de-infância defendia um ensino sem obrigações porque o aprendizado depende dos interesses de cada um e se faz por meio da prática


O alemão Friedrich Froebel (1782-1852) foi um dos primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de importância decisiva na formação das pessoas – idéia hoje consagrada pela psicologia, ciência da qual foi precursor. Froebel viveu em uma época de mudança de concepções sobre as crianças (leia quadro na página 49) e esteve à frente desse processo na área pedagógica, como fundador dos jardins-de-infância, destinado aos menores de 8 anos. O nome reflete um princípio que Froebel compartilhava com outros pensadores de seu tempo: o de que a criança é como uma planta em sua fase de formação, exigindo cuidados periódicos para que cresça de maneira saudável. "Ele procurava na infância o elo que igualaria todos os homens, sua essência boa e divina ainda não corrompida pelo convívio social", diz Alessandra Arce, professora da Universidade Federal de São Carlos.As técnicas utilizadas até hoje em Educação Infantil devem muito a Froebel. Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Não são apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. Com base na observação das atividades dos pequenos com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em auto-educação, um conceito que só se difundiria no início do século 20, graças ao movimento da Escola Nova, de Maria Montessori (1870-1952) e Célestin Freinet (1896-1966), entre outros.

Biografia
Filho de um pastor protestante, Friedrich Froebel nasceu em Oberweissbach, no sudeste da Alemanha, em 1782. Nove meses depois de seu nascimento, sua mãe morreu. Adotado por um tio, viveu uma infância solitária, em que se empenhou em aprender matemática e linguagem e a explorar as florestas perto de onde morava. Após cursar informalmente algumas matérias na Universidade de Jena, tornouse professor e ainda jovem fez uma visita à escola do pedagogo Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), em Yverdon, na Suíça. Em 1811, foi convocado a lutar nas guerras napoleônicas. Fundou sua primeira escola em 1816, na cidade alemã de Griesheim. Dois anos depois, a escola foi transferida para Keilhau, onde Froebel pôs em prática suas teorias pedagógicas. Em 1826, publicou seu livro mais importante, A Educação do Homem. Em seguida, foi morar na Suíça, onde treinou professores e dirigiu um orfanato. Todas essas experiências serviram de inspiração para que ele fundasse o primeiro jardim-de-infância, na cidade alemã de Blankenburg. Paralelamente, administrou uma gráfica que imprimiu instruções de brincadeiras e canções para serem aplicadas em escolas e em casa. Em 1851, confundindo Froebel com um sobrinho esquerdista, o governo da Prússia proibiu as atividades dos jardins-de-infância. O educador morreu no ano seguinte, mas o banimento só foi suspenso em 1860, oito anos mais tarde. Os jardins-de-infância rapidamente se espalharam pela Europa e nos Estados Unidos, onde foram incorporados aos preceitos educacionais do filósofo John Dewey (1859-1952).
Treino de habilidades
Por meio de brinquedos que desenvolveu (leia quadro na página 48) depois de analisar crianças de diferentes idades, Froebel previu uma educação que ao mesmo tempo permite o treino de habilidades que elas já possuem e o surgimento de novas. Dessa forma seria possível aos alunos exteriorizar seu mundo interno e interiorizar as novidades vindas de fora – um dos fundamentos do aprendizado, segundo o pensador.
Froebel considerava a Educação Infantil indispensável para a formação da criança – e essa idéia foi aceita por grande parte dos teóricos da educação que vieram depois dele. O objetivo das atividades nos jardins-de-infância era possibilitar brincadeiras criativas. As atividades e o material escolar eram determinados de antemão, para oferecer o máximo de oportunidades de tirar proveito educativo da atividade lúdica. Froebel desenhou círculos, esferas, cubos e outros objetos que tinham por objetivo estimular o aprendizado. Eles eram feitos de material macio e manipulável, geralmente com partes desmontáveis. As brincadeiras eram acompanhadas de músicas, versos e dança. Os objetos criados por Froebel eram chamados de "dons" ou "presentes" e havia regras para usá-los, que precisariam ser dominadas para garantir o aproveitamento pedagógico. As brincadeiras previstas por Froebel eram, quase sempre, ao ar livre para que a turma interagisse com o ambiente. "Todos os jogos que envolviam os ‘dons’ começavam com as pessoas formando círculos, movendo-se e cantando, pois assim conseguiam atingir a perfeita unidade", diz Alessandra Arce. Para Froebel, era importante acostumar as crianças aos trabalhos manuais. A atividade dos sentidos e do corpo despertariam o germe do trabalho, que, segundo o educador alemão, seria uma imitação da criação do universo por Deus.
Ao mesmo tempo que pensou sobre a prática escolar, ele se dedicou a criar um sistema filosófico que lhe desse sustentação. Para Froebel, a natureza era a manifestação de Deus no mundo terreno e expressava a unidade de todas as coisas. Da totalidade em Deus decorria uma lei da convivência dos contrários. Isso tudo levava ao princípio de que a educação deveria trabalhar os conceitos de unidade e harmonia, pelos quais as crianças alcançariam a própria identidade e sua ligação com o eterno. A importância do autoconhecimento não se limitava à esfera individual, mas seria ainda um meio de tornar melhor a vida em sociedade.

Além do misticismo e da unidade, a natureza continha, de acordo com Froebel, um sistema de símbolos conferido por Deus. Era necessário desvendar tais símbolos para conhecer o que é o espírito divino e como ele se manifesta no mundo. A criança, segundo o educador, trazia em si a semente divina de tudo o que há de melhor no ser humano. Cabia à educação desenvolver esse germe e não deixar que se perdesse.
PESTALOZZI

Seu nome é João Pestalozzi, nasceu em Zurique, Suíça, em 1746. Faleceu em 1827Influenciou profundamente a educação; ele fez uma grande adaptação na educação pública.
Leu o Emílio, de Rousseau, quando era estudante.
Ficou com o sentimento de que a educação podia elevar os homens.
Ninguém acreditou mais que Pestalozzi no poder da educação para aperfeiçoar o indivíduo e a sociedade com o seu entusiasmo, influenciou reis e governantes a pensarem na educação do povo.
Em 1782, expressou as usas idéias no seu primeiro livro: Leonardo e Gertrudes; que retrata uma pobre e mesquinha aldeia suíça.
Gertrudes, moradora de uma aldeia, atua com os seus filhos e os vizinhos nas artes domésticas, industriais, leitura, escrita, aritmética e outros estudos. Importantes figuras da época leram Leonardo e Gertrudes, mas não o consideraram como um tratado educacional.
Em 1792, Pestalozzi escreve o seu livro mais erudito: Minhas investigações sobre o curso da Natureza no desenvolvimento da raça humana. A obra é recebida sem entusiasmo. Pestalozzi decide ser mestre-escola. E parte para um trabalho na sua escola. O lar era para ele a melhor instituição de educação, base para a formação política, moral e religiosa. E a instituição educacional deveria se aproximar de uma casa bem organizada.
Na instituição de Pestalozzi, que contava com meninos e jovens, mestres e alunos permaneciam juntos o dia inteiro, dormindo em quartos comuns. O dia escolar era intenso e variado: rezavam, tomavam banho e faziam o desjejum, faziam as primeiras lições, havendo sempre um curto intervalo entre as mesmas. Almoçavam, brincavam e recomeçavam as aulas. Das 8 às 17 horas, as atividades, organizadas, eram desenvolvidas de maneira flexível. Duas tardes por semana eram livres ou os alunos faziam excursões. A organização da escola era simples, sendo que ficavam numa turma os que tinham menos de oito anos; e em outra, a classe inferior, ficavam os meninos de oito a onze anos e na superior, os de onze a dezoito anos.
Pestalozzi condenava a punição, as recompensas e punições. Problemas disciplinares eram discutidos, à noite.
Enquanto Pestalozzi introduzia tantas reformas educacionais, a Igreja, que controlava todas as escolas na época, não se preocupava em melhorar o seu padrão de qualidade. A situação que reinava era a seguinte: dava-se à memória um enorme valor, os professores não possuíam habilitação, as classes privilegiadas desprezavam o povo; os prédios escolares eram pouquíssimos.
A prática pedagógica de Pestalozzi sempre valorizou o ideal do educador, isto é, a educação poderia mudar a terrível condição de vida do povo.
A revolução suíça (1799) havia liberado a classe desprotegida e, segundo Pestalozzi, somente a educação poderá contribuir para que o povo conservasse os direitos conquistados.
Para Pestalozzi, o desenvolvimento é orgânico, sendo que a criança se desenvolve por leis definidas; os poderes infantis brotam de dentro para fora; os poderes inatos, uma vez despertados, lutam para se desenvolver até a maturidade; a gradação deve ser respeitada; o método deve seguir a natureza; o professor é comparado ao jardineiro que providencia as condições para a planta crescer; a educação sensorial é fundamental e os sentidos devem estar em contato direto com os objetos; a mente é ativa.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Paulo Freire

O Método Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador Paulo Freire, que criticava o sistema tradicional, o qual utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa, que comumente se denomina como linguagem de cartilha.
Etapas do método
1. Etapa de Investigação: busca conjunta entre professor e aluno das palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e da comunidade onde ele vive.
2. Etapa de Tematização: momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas e palavras.
3. Etapa de Problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada.
Freire aplicou publicamente seu método, pela primeira vez no Centro de Cultura Dona Olegarinha, um Círculo de Cultura do Movimento de Cultura Popular (Recife). Foi aplicado inicialmente com 5 alunos, dos quais três aprenderam a ler e escrever em 30 horas, outros 2 desistiram antes de concluir. Baseado na experiência de Angicos, onde em 45 dias alfabetizaram-se 300 trabalhadores, João Goulart, presidente na época, chamou Paulo Freire para organizar uma Campanha Nacional de Alfabetização. Essa campanha tinha como objetivo alfabetizar 2 milhões de pessoas, em 20.000 círculos de cultura, e já contava com a participação da comunidade - só no estado da Guanabara (Rio de Janeiro) se inscreveram 6.000 pessoas. Mas com o Golpe de 64 toda essa mobilização social foi reprimida, Paulo Freire foi considerado subversivo, foi preso e depois exilado. Assim, esse projeto foi abortado.