segunda-feira, 7 de junho de 2010

CIÊNCIA DA NATUREZA, MATEMÁTICA E TECNOLOGIA.
A INTERAÇÃO COMO PADRÃO COMUM ENTRE AS CIÊNCIAS DA NATUREZA E A TECNOLOGIA

Beatriz Corso Magdalena

Se pensarmos que vivemos em uma época em que a ciência e a tecnologia
avançam velozmente em abundância e renovação, os trabalhos nas salas de aula ficam ainda mais defasados.
Podemos dizer que professores e alunos estão sendo soterrados por uma massa caudalosa de informações em contínua transformação, da qual retiram apenas porções esparsas e fragmentadas que constituem em suas mentes uma difusa miscelânea, incapaz de auxiliar nos momentos de confronto e de tomada de decisão. Uma das
conseqüências graves, constantemente detectada, deste fato é a dificuldade de desenvolvimento, na medida em que a população não apresenta competências para compreender e propor alternativas de solução para problemas tanto de sua realidade local como da universal.
Esses mesmos estudos anunciam que é necessária uma mudança radical. Sugerem, para tanto, que: 1) as grades programáticas sejam rompidas, diminuindo a quantidade e a dispersão e aprofundando a qualidade das informações e dos conteúdos selecionados; 2) o trabalho seja centrado em dúvidas e indagações (interesses e necessidades) dos alunos, em função das hipóteses que levantam sobre a realidade; 3) o processo de aprendizagem
seja desenvolvido mediante processos ativos e construtivos, tais como: projetos de aprendizagem cooperativa (entre grupos de uma mesma turma, de diferentes turmas da escola ou de outras comunidades escolares); resolução de problemas propostos tanto por professores como por alunos e ações práticas de simulação no ambiente, físico ou virtual, de laboratório; 4) as diferentes tecnologias sejam utilizadas como recursos para
garantir o desenvolvimento de ações até então impossíveis; 5) a Internet seja considerada muito mais como um espaço de comunicação e troca cooperativa, enriquecida pela diversidade que os grupos humanos apresentam, do que apenas de exposição de trabalhos já avaliados como prontos; 6) o professor seja um parceiro desafiador do trabalho dos alunos e um investigador constante do avanço processual do conhecimento pelos grupos.
Segundo Piaget, todos os homens são inteligentes, e essa inteligência serve para buscar e encontrar respostas
para seguir vivendo. Por isso mesmo a inteligência apresenta duas condições inerentes ao ser vivo: a organização e a adaptação em um mundo em constante transformação.
Diante dessa perspectiva, desenvolver a inteligência em suas múltiplas facetas é tornar mais fácil o processo de viver a vida. O ser humano pode garantir isso a partir de suas relações com a natureza, com as outras pessoas, dependendo dos fluxos, das cadeias, das redes energéticas, materiais e cognitivas que se estabelecem como elementos de troca entre eles. Assim, o homem depende necessariamente da interação.
Nessa perspectiva, as ciências da natureza e a tecnologia têm papel primordial. Essas interações, hoje, são intensificadas pela disponibilização de uma gama crescente de recursos tecnológicos a faixas mais amplas da sociedade. Possibilitam que a vida de um e de todos – entendida aqui não só no sentido biológico, mas nos sentidos social, histórico, cultural, psicológico, espiritual e outros – siga seus processos, por meio de formas construtivas e interdependentes de conhecer e existir, mais condizentes com a condição de seres humanos.

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